Muitas vezes quando ouvimos falar em autismo ouvimos a palavra “estereotipia”. Mas o que são estereotipias? O que as provoca? Só as crianças com autismo têm estereotipias? Neste artigo vamos responder a todas estas questões e mais algumas.
O que é a Estereotipia?
A estereotipia consiste em algo exclusivo, repetitivo e centrado em si próprio. Ou seja, a pessoa está focada no seu próprio “eu” abstraindo-se de tudo à sua volta. É muito frequente em crianças com autismo: estão tão focados na sua estereotipia que ignoram chamamentos, distrações ou outras coisas que se passem à sua volta.
Estas estereotipias podem variar ao longo do tempo, e de pessoa para pessoa, consoante a necessidade. Ou seja: não são sempre as mesmas nem iguais.
As estereotipias podem ser:
Sonoras (ouvir sempre a mesma coisa repetidamente);
Repetição do mesmo movimento várias vezes;
Visuais (ver repetidamente a mesma coisa, desenho, objeto, vídeo) ou
Ecolalia (repetição de sons ou frases)
O que as provoca?
As estereotipias são uma autorregulação do “próprio eu” e podem ser prazerosas. É muito frequente, por exemplo, quando a criança chega a casa depois das aulas, ter este momento de autorregulação, ou mesmo durante uma atividade. É uma maneira de libertação de stress e de acalmar, ou pelo contrário um excesso de excitação e alegria que necessita de “ser controlada pelo próprio «eu»”.
Mas … São só as crianças com autismo têm estereotipias?
Não. As estereotipias podem estar presentes em crianças, jovens e adultos com autismo. E mesmo em pessoas neuro-típicas (por exemplo, quando estamos nervosos roemos as unhas, andamos de um lado para o outro enquanto estamos ao telefone, enrolamos o cabelo na ponta dos dedos, etc.). É algo que fazemos apenas em determinadas situações. No entanto, principalmente em crianças com autismo, as estereotipias são mais frequentes, centradas em si próprio e muitas vezes mais exteriorizadas e notórias. Não esquecendo sempre que cada criança é uma criança, cada pessoa é uma pessoa, vamos ter caraterísticas, especificidades e necessidades diferenciadas. É importante o acompanhamento individualizado e ir atendendo sempre às caraterísticas individuais de cada criança, jovem e adulto.