Estima-se que 10 a 20% da população sofra desta doença. As mulheres são duas vezes mais afetadas do que os homens. Saiba mais sobre Síndrome do Cólon Irritável e a sua ligação com as emoções!
A síndrome do intestino irritável resulta da conjugação de fatores físicos e psicológicos que afetam o cólon e originam uma série de sintomas digestivos: crónicos ou recorrentes.
O corpo e a mente são indissociáveis, portanto, após o diagnóstico realizado pelo médico, o tratamento também tem que ser direcionado para as duas vertentes: física e mental. É importante que o paciente perceba que hábitos ou rotinas necessitam de ser alteradas, sejam estas rotinas alimentares ou emocionais – os sintomas vivenciados aumentam a ansiedade e a ansiedade, por sua vez, amplifica os sintomas.
Os sintomas físicos desta síndrome são: obstipação, distensão abdominal, diarreia ou dor local. Estes sintomas são tratados com medicamentos e pré-bióticos/probióticos.
Em relação à gestão emocional, o tratamento e acompanhamento pode ser feito através de uma equipa multidisciplinar: terapia para ajustar os conhecimentos e comportamentos ou, no caso de ser necessário, psiquiatria – através da medicação com psicotrópicos, ansiolíticos e, por vezes, antidepressivos.
A ansiedade, o stress e outros estados depressivos são sintomas que associamos a uma vertente mais emocional ou psicológica, mas somatizam no nosso organismo afetando o nosso segundo cérebro. Utilizando uma expressão corriqueira “difícil de digerir”: quando nos referimos a um assunto complicado de assimilar, associando ao sistema digestivo. Apesar do intestino ser o centro ou o processador das nossas emoções, existem órgãos que pela sua funcionalidade podem ser afetados pelas nossas emoções. Aqui incluem-se a boca, a garganta, e o estômago.
O intestino, é o cérebro que opera e “sente” mais, tornando-se hipersensível para algumas pessoas. Estando ligado ao sistema nervoso entérico e autónomo, manifesta as suas “dores e desconforto” através de diarreia ou obstipação.
Clinicamente, o órgão não sofre alterações físicas, mas sim funcionais, uma vez que a função do intestino fica comprometida e está ligada à emoção vivida, num determinado momento ou fase da vida. Contudo, sendo um círculo vicioso, ao não resolver os sintomas físicos, estes influenciam, novamente, o estado emocional.
A obstipação e a diarreia ocorrem alternadamente, causando distensão abdominal, que para além de desconfortável, pode ser dolorosa. Esta inflamação está associada também ao nosso sistema imunitário, uma vez que o nosso microbioma (bactérias residentes no cólon) sofre diretamente com esta forma de vida. Podem surgir alergias e outras doenças imunitárias, uma vez que o sistema imunitário está fragilizado.
– Emoções que se somatizam –
A ansiedade e o stress são os principais influencers do intestino, acelerando o trânsito, e na sua maioria das vezes, levando o portador a ir mais vezes à casa de banho. Algumas alterações que ocorrem em paralelo:
– Falta de controlo sobre o que depende de nós;
– Medo do futuro e pressa em resolver os assuntos pendentes;
– Frustração e raiva generalizada;
– Falta de ou baixa autoestima;
– Foco nos problemas, não conseguir encontrar soluções;
– Pensar demasiado e dormir pouco/insónias.
Primeiros passos a dar:
1. Procurar terapia e acompanhamento médico para reequilíbrio físico e mental;
2. Aprender a respirar: respiração abdominal para reduzir os impactos do stress e ansiedade vivenciada mentalmente e fisicamente;
3. Procurar neutralizar e relativizar: o que lhe acalma e distrai a mente? Onde se sente bem e em paz? Quem pode ajudar neste processo?
4. Aprender a fazer pausas, seja pontualmente ou regularmente.