em·pa·ti·a (grego empátheia, -as, paixão
Nome feminino
Forma de identificação intelectual ou afetiva de um sujeito com uma pessoa, uma ideia ou uma coisa.
“empatia”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
Isto é o que o dicionário nos diz acerca do que é a empatia. Mas será apenas isso?
Desde que me conheço que sempre fui uma pessoa empática. Talvez na idade em que nos estamos a descobrir, enquanto indivíduos de uma sociedade, deixasse a parvoíce prevalecer e não desse a importância devida ao outro, e ao mundo em geral. No entanto, pensando na minha vida como um todo, sempre fui empática: a dor do outro, principalmente dos que tanto me são, sempre me inquietou, sempre me fragilizou.
Não é fácil conseguirmos colocar-nos num lugar que não é o nosso. Seja porque não vivemos as mesmas experiências, ou por menosprezarmos o sofrimento alheio quando comparado com o nosso. Por egoísmo ou ego a mais. Muitas vezes até por falta de tempo. O tempo vai ser sempre uma condição: quando temos demasiado tempo não lhe damos valor, quando ele começa a escassear achamos que já não o temos. O tempo é o nosso bem mais valioso, mas o menos valorizado.
Então como funciona isto da empatia?
A meu ver é mais que uma definição básica do dicionário. É talvez dos sentimentos que mais mostra o quão humanos somos. A empatia não é sinal de fraqueza, mas sim de altruísmo. É colocar o outro na frente do que estamos a passar, mesmo que por breves momentos. Talvez seja instinto, poderemos chamar-lhe assim?
É o que acontece quando somos confrontados com diversas situações e temos a capacidade de nos colocar nelas, de as sentir como se fossem nossas. Quando conseguimos acolher e acarinhar essas situações, compreender e tentar ajudar na sua resolução, somos invadidos de um outro sentimento bom que é a utilidade. Sentimos que, de alguma maneira, fomos úteis àquela pessoa, naquela situação. Ajudámos. Fomos colo e casa. Demos o nosso melhor.
Acredito que se houvesse mais empatia nas relações pessoais o mundo teria muito mais cores. Amor gera amor. Recebes o que dás. Colhes o que plantas. Tudo frases feitas, eu sei. Mas há uma verdade inegável em todas elas.
No entanto ter empatia não significa ser desatento. Há muitas pessoas que usam também o bom coração dos outros para as enganar, e trair. Infelizmente em tudo na vida há sempre os dois lados. Então devemos ajudar, sim! Tentar compreender a dor do outro, acolher e acarinhar. Mas sempre com atenção quando se trata de estranhos. Devemos tentar perceber bem o que se está a passar, atentar aos pormenores, saber ouvir.
Quando ouvimos aprendemos mais do outro, focamos a nossa atenção e canalizamos a nossa energia para o que sentimos que é melhor.
Andamos todos a aprender como funciona isto de viver. E muitas vezes ajudamos, noutras tantas somos ajudados. É um ciclo onde podemos escolher sempre o caminho que vamos percorrer.