Por Cristele Matias
Inverno. Época alta de vírus, gripes, constipações, bronquites e outras quantas coisas terminadas em -ites.
As crianças são o elo mais fraco nestas circunstâncias. E os primeiros três anos de vida podem significar idas semanais às urgências, dúzias de caixas de supositórios ou telefonemas constantes para a Saúde 24.
Numa das nossas idas ao hospital encontrei-me com ele. O vírus mais comum do mundo. Atingia arriscaria dizer 100% das pessoas que ali estavam. É o chamado coração de mãe.
Ali estavam crianças de todas as idades, bebés de colo e pré-adolescentes. Entre eles otites, gastroenterites, síndromes de mãos-pes-e boca, entre muitos outros. Mas só um vírus era comum. O coração daquelas mães. Todas elas preocupadas com “a sua cria” como carinhosamente gosto de dizer.
Não importa a idade do nosso filho, se é uma simples febre, gripe ou um vírus mais aborrecido. Mãe que é mãe fica com o coração destroçado. Mesmo que tenha tudo controlado. Porque as mães, sabem sempre o que fazer!
O vírus de coração de mãe inquieto pode traduzir-se em falta de apetite, dificuldade em adormecer, sobrancelhas semicerrados, atenção redobrada e audição apurada.
Mesmo que as gripes, otites, e outras coisas acabadas em -ites passem em 3 a 5 dias -e as mães sabem disso- o coração sofre sempre e o cansaço apodera-se dos dias.
Depois disso, à primeira gargalhada e assim que a febre foge para longe; o coração da mãe, outrora despedaçado, volta a colar-se de novo e a encher-se de alegrias.
O sistema imunitário da criança, depois disso sai reforçado. O coração da mãe não. Porque o vírus mais comum do mundo não confere impunidade.
A mãe enche-se de força e de coragem, até á próxima vez!
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