Por Cristele Matias
Então, devemos ou não deixá-los acreditar no Pai Natal?
Certamente de que a lenda é bonita e a missão nobre.
Então, um velhinho de barbas que distribui presentes por todo o mundo numa só noite, guiado por renas num pedaço de madeira.
Sem dúvida de que sempre adorei esta história. Esta época.
No entanto, não me lembro ao certo durante quanto tempo acreditei no Pai Natal. Aliás, nem me lembro até quando, ou do dia em que deixei de acreditar.
Mas, atrás daquilo em que uns encontram consumismo, outros encontram amor. Certamente o ato de escolher e embrulhar um presente que se destina a alguém especial está repleto de amor. E não importa se falamos de um perfume caríssimo ou de umas bolachas que amassamos em família.
E acho que é nisto que quero que ela acredite.
Certamente que o que importa não é o que damos, mas o amor com que damos. Sem dúvida que quero que ela aprenda a importância das decorações e o cuidado nos embrulhos. Porque no Natal, tal como na vida o valor está escondido nos pormenores.
Já o Pai Natal esconde a sabedoria de quem muito viveu. Faz-nos pensar em ser melhores e em partilhar. Em fazer viagens longas. Em tornar possível.
Quantas crianças acreditam no Pai Natal? Muitas? Talvez todas. E isso deve fazer-nos pensar que afinal os “miúdos” estão cheios de coisas boas para alimentar. Sonhos, magia e transformação. Cabe-nos a nós pais, cultivar o que de melhor os nossos filhos trazem no coração. E isso faz-se com tempo, amor e família. Faz-se com pormenores. Calendários, cartas ao Pai Natal, potes de boas ações, presentes a instituições ou ao vizinho do lado. O Natal faz-nos ser melhores – disso não tenho a menor dúvida.
E enquanto virmos no Pai Natal só e apenas um apelo ao consumismo, é porque perdemos aquilo que os nossos filhos ainda trazem no coração.
Por isso deixem o copo de leite, a cenoura e a mordidela na bolacha para quem acredita. E deixem os vossos filhos acreditar na magia do Pai Natal, mas só se acreditarem também!