Por Cristele Matias
Domingo levo a minha filha a votar.
Com um ano faltam lhe ainda 17 para exercer o seu direito de voto.
Mas, antes dela, já a minha mãe me havia levado a mim. Com 4 anos, depois da missa. Aliás, lembro-me bem. Ao sairmos perguntei em quem tinha votado, mas ela disse que não podia contar. Nunca contou. Afinal o que ela quis nunca foi induzir o meu voto ou um partido mas estimular-me a votar!
Domingo levo a minha filha a votar. E um dia explicar-lhe-ei que mais do que um direito é um dever.
Certamente que um dia vou contar-lhe que aos 18 anos procurei saber mais sobre a história e missão de cada partido, para votar em consciência.
Domingo levo a minha filha a votar. E um dia dir-lhe-ei que votei sempre, que procurei informar-me antes de cada eleição das propostas dos diferentes candidatos.
Domingo levo a minha filha a votar. E mais cedo ou mais tarde terei de lhe dizer que o facto de cumprirem ou não as promessas, de serem ou não corruptos ou de quererem todos o mesmo “tacho” tem muito mais que ver com eles do que connosco. Procuramos os erros dos outros para desculpar os nossos.
Domingo levo a minha filha a votar. Um dia ela saberá que os políticos falham se não cumprirem, mas que ela falhará mais ainda não exercendo o seu direito de votar.