As férias são um período de grande tensão para as relações humanas. Estamos mais livres e mais bem-dispostos, por um lado. Por outro lado (o lado que dói) estamos mais ansiosos para viver melhor, com maior felicidade. Assim, tornamo-nos mais caprichosos. E é nesta altura que todos aqueles pequenos desajustes camuflados pelas exigências da rotina, sobressaem. E nas cabeças de muitas mulheres, surge a questão:
Será que devo divorciar-me?
Então, os motivos para a dúvida são vários. Mas todos com o mesmo fundamento: algures no tempo, a relação começou a morrer.
Assim, a resposta a esta pergunta é bem mais simples do que parece: a pergunta está errada! Então, o que te interessa saber não é se deves divorciar-te mas sim se queres manter essa relação.
Sem dúvida de que o casamento é apenas um monte de burocracias e nada mais do que isso. Mas, o verdadeiro “casamento” é o compromisso que renovamos diariamente. E quando não o fazemos, apenas sobram os papéis. Assim, neste Verão, é importante que recuperemos a decisão, seja ela qual for.
O peso da vida a dois… ou a mais.
Quando estamos a namorar, é mais simples. Arranjamo-nos catitas para ir ver o namorado, o namorado vem catita para nos agradar e pronto… já sabemos que temos aquele intervalo de tempo para namorar. Aliás, tem um início e um fim. E se não nos estiver a apetecer… podemos simplesmente adiar, desmarcar ou encontrar alguma estratégia semelhante.
No entanto, a coisa muda quando estamos casados e temos uma casa em conjunto, uma cama em conjunto… tudo em conjunto. E por vezes já não apetece estar ali com aquela pessoa mas também não vamos partir já. Resultado? Aceitamos mais um pouco. E mais um pouco. Ou seja: vamos acumulando inúmeros pequenos conjuntos de “não me apetece aturar-te agora”, de tal forma que parece que já nem apetece aturar nunca.
Mas, quando se trata de responder à pergunta-chave “devo divorciar-me?”, é importante que tenhamos presente que a resposta deve ser dada depois de limpar o registo.
A importância da limpeza emocional
O que está para trás, é resultado da ação ou omissão de ambos. Se agora estás a observar a tua relação com mais intenção, é normal que mudes a tua atuação. Ao mudares a tua atuação, é normal que mudes também a reação/ação do outro. Se estás a questionar-te, aproveita a oportunidade para um desafio de conhecer quem o outro é agora.
A vida é composta de experiências e nós mudamos com elas. Desde o casamento até aos dias de hoje, ambos viveram diversas experiências e, muitas delas, sozinhos. Seja no emprego, seja com amigos. Essas experiências tornam-se aquisições que nos ajudar a crescer.
Entre o que ele é e o que ele faz, há uma diferença. Aliás, para ambos há essa diferença. Aquilo que tu fazes é relacional. Tu ages em conformidade ao que consideras expectável na relação e ele faz o mesmo. O que vocês são é individual. Se gostas do que ele É, então podem sempre trabalhar o que ele FAZ. Mas, para isso, precisas saber quem ele É agora.
Quais os pontos mais importantes de um bom Marido?
A vida muda, as regras mudam mas os valores são a base de todas as decisões. O mais seguro é analisares o teu marido pelos seus valores e perceberes se é alguém que admiras e que queres ter ao teu lado.
Se a resposta for positiva, é altura de analisares se tu és a pessoa que ele quer ter ao lado. Atenção que esta é uma pergunta com rasteira porque neste momento, a tua resposta pode ser influenciada pela vossa relação mais recente. Não queres olhar ao que tens feito mas sim ao que és, agora que estás mais “crescida”.
Será que o teu marido te quer?
Para saberes a resposta a esta pergunta, precisas de três requisitos prévios:
- tu própria saberes quem és
- apresentares confiante o teu SER
- garantires que o teu FAZER está coordenado com o teu SER
E já agora, em tom de bónus:
Garantires que ele se apercebe da tua revelação.
Só assim podes ter uma resposta mais fiável à pergunta “será que ainda sou a mulher que o meu marido quer ao seu lado?”
Posso partilhar a minha experiência enquanto Coach: a maioria das vezes, ambos estão cansados (eles) e magoados (elas) e acreditam que não. Mas quando trabalhamos o SER e não o FAZER, recordam-se do que os uniram.
Aproveita estas férias para partilharem momentos de intimidade mental, emocional e física. Nessas partilhas, garante que fazem algumas conversas impactantes, baseadas:
- no que acreditam ser certo
- naquilo que desejam para cada um
- no que desejam para a vossa família
- nas coisas que mais gostam de fazer no tempo-livre
Tem o cuidado de garantir que crias um espaço de partilha livre, sem discussões nem cobranças. Se queres conhecer e dar-te a conhecer, é importante que se sintam à vontade para se expressarem.
Só final deste percurso podes responder à tua pergunta:
será que devo divorciar-me?
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