AGE ANTES DE PENSARES

Por Cláudia Weber

Um mini-guia para encontrares a coragem de fazeres o que realmente queres 

Ora essa… Será que ela se enganou no título do artigo? Então o conselho sábio não é “pensa antes de agires”?

Sim… e não.

Começando pelo princípio… e não é qualquer princípio, é mesmo o princípio da Humanidade! Passo a explicar: o cérebro humano, tal como todos os cérebros, de todas as espécies, tem como função principal proteger a nossa vida e assegurar a manutenção da espécie. Como tal, não quer que nos magoemos, que nos coloquemos em perigo, que corramos riscos. Isto é tão verdade para o Homo Sapiens de há centenas de milhares de anos atrás como para os Homens e Mulheres do século XI.

E o que é que isto significa na prática? 

Significa que, demasiadas vezes, a nossa mente nos impede de fazer coisas que queremos fazer, que instintivamente sentimos que estão certas para nós, mas que nos dão aquele frio na barriga porque são coisas novas, nunca as experimentamos, ultrapassam a fronteira do que conhecemos e representam um risco, uma vez que não sabemos como vão correr.

E logo chega a lista de desculpas extremamente racionais que a nossa mente já preparou e que convencem qualquer um a não mudar seja o que for na vida que se conhece: agora não posso, não tenho tempo, não tenho dinheiro, é demasiado arriscado, e se corre mal? Não estou preparado/a, não conheço as pessoas certas, eu não sou esse tipo de pessoa, aconselharam-me a ter cuidado, disseram-me que não era boa ideia… Além disso, o que é que os meus colegas/a minha sogra/ (introduzir nome de pessoa cujo julgamento tememos) iriam pensar? E assim o nosso sonho vai sendo empurrado para a prateleira onde já estão todos aqueles planos que acabaram por receber o carimbo de “era tão bom… mas não dá.” E lá voltamos nós para a nossa rotina, cheios de justificações, dando pancadinhas no nosso próprio ombro, achando que agimos como adultos responsáveis.

Mas… será que tem mesmo de ser assim? Será que crescemos para uma vida em que o que nos ocupa os dias oscila entre a roupa que vestimos para o trabalho, os e-mails que temos de enviar, a série que queremos ver logo à noite, a próxima festa dos miúdos e aquele novo produto que limpa espetacularmente o forno? 

Sei que não precisas de ouvir esta resposta, mas ainda assim, eu digo: N-Ã-O!!!

O que acontece é que a nossa mente nos está a segurar dentro daquele pequeno círculo que é a nossa zona de conforto, mesmo que ela há muito tenha deixado de ser assim tão confortável. Mas é o que conhecemos, nada de muito surpreendente acontece. Estamos seguros e bem alimentados, cérebro satisfeito! Isto leva-nos à verdade nua e crua: a nossa mente não está minimamente preocupada com a nossa felicidade. Esse não é o seu departamento. E é por isso que sentimos medo de fazer mudanças. E é também por isso que ela não pode guiar todas as nossas decisões.

Senão, pensemos: daqui a 10, 20, 50 anos, quando olharmos para trás… o que queremos ver? O que sentiremos ao olhar para a prateleira dos sonhos postos de parte em nome da segurança?

Fecha os olhos e imagina isso mesmo. 

Depois, abre os olhos e volta a ler o título do artigo: AGE ANTES DE PENSARES.

Sim, é isso mesmo: para pormos em prática aquele sonho, para pararmos de adiar aquilo que queremos muito fazer, o segredo é fazer uma finta ao cérebro e… agir antes de pensar. Antes de surgirem as desculpas, as justificações, antes de ires fazer o jantar ou fazer scroll downno facebook. No fundo, antes de abandonares aquele momento arrebatador que te lembra de quem és lá no fundo, do que te faz vibrar, do que te põe os olhos a brilhar. Sentes medo, sim, mas o medo é um ótimo indicador de caminho!

Quando estiveres num desses momentos, não permitas que a tua mente te atropele e te puxe para baixo. Deixa-te ficar a pairar no sonho por mais algum tempo. Escreve a tua ideia num lugar visível, dá o primeiro passo, por mais pequeno que seja, faz um plano, fala com alguém que te possa apoiar, faz qualquer coisa… mas não te permitas apenas voltar à dormência dos dias.

Age antes de pensares. Porque um dia, daqui a 10, 20, 50 anos, vais olhar para trás e perceber que, afinal, aquela prateleira cheia de sonhos é bem capaz de ser a única coisa de que te poderás arrepender… aquilo que não fizeste.

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