“Tudo aquilo que eu não consigo controlar, controla-me!”
Em primeiro lugar, é importante identificar qual é o tipo de medos que estamos a viver, isto para que se possa encontrar a forma de lidar com o mesmo, usando um recurso emocional para o neutralizar. Existem dois tipos:
O medo racional: surge numa situação que nos coloca em perigo e conseguimos identificar através dos sintomas e do contexto em que estamos inseridos.
O medo irracional: que nasce sem o conseguirmos identificar – muitas vezes sem nos causar qualquer dano ou lesão e paralisa-nos, impedindo a nossa ação.
Após identificarmos a razão do nosso medo, é mais fácil prepararmo-nos, de forma a neutralizar essa emoção, para não vivermos as limitações que implica. O medo funciona como um estado de alerta e neste caso, é necessário tornar o medo, num aliado: compreender, e trazer a razão para nossa mente. A isto se chama gestão emocional.
E quando o medo se transforma numa fobia?
A fobia é uma perturbação psicológica que somatiza fisicamente as emoções relacionadas com medo profundo, ansiedade e stress. Podemos afirmar que estamos perante uma fobia, quando a ansiedade nos traz pânico excessivo e incontrolável perante a situação real que estamos a viver.
Não enfrentar o medo, ou gerir mal as emoções, é dar liberdade à imaginação para fantasiar sobre possíveis perigos e desfechos para a situação, tornando toda a nossa vida incapacitada perante tal realidade. O medo racional pode ser combatido com algumas medidas de precaução, enquanto, o medo irracional requer uma análise ou uma introspeção profunda.
Atenção aos sinais de alerta:
- Sentir medo exagerado em relação a uma situação onde não existe perigo real;
- Sentir pânico, terror, tremores perante situações diversas;
- Sentir-se incapaz de levar uma vida saudável e sem receios e medos;
- Evitar situações que evidenciam ansiedade, prejudicando a sua vida;
- Viver somatizações: como sudorese, taquicardia, dificuldade em respirar, tonturas e parestesia dos membros;
- Ter consciência que não existe razão para os medos e pânicos que vive, mas não ter capacidade de lidar com essas situações.
Medidas para enfrentar e gerir o medo
Se sofre de algum medo incapacitante, estas medidas são mesmo para si:
- Aceite e entenda a origem do medo. Faça a gestão da emoção, perceba qual a resposta que se dá ao medo: quais as ações e quais os sintomas que o medo provoca. Ajuda se fizer o registo das ocorrências, consoante a situação, padrão, hora, etc.
- Perceba os pensamentos negativos que alimentam esse medo. Como processa a informação que antecede o medo? Como poderá corrigir esses pensamentos ou substituí-los por pensamentos mais positivos?
- Foque-se no presente: se “sentir” o presente, o que está a ver, ouvir e sentir, isso ajuda. Desvie a sua atenção do futuro de forma a não criar ansiedade para o que o preocupa ou assusta.
- Liste as situações que lhe causam desconforto e comece a lidar com as que são menos preocupantes de forma a adquirir confiança para lidar com as mais inquietantes. Faça uma escala de 0 a 10, se for mais fácil ou então coloque-as por ordem hierárquica.
- Faça uma lista de situações bem-sucedidas, anote: o medo, a causa, o recurso usado para combater o medo, e o resultado. Lembre-se que já chegou até aqui e que venceu muitos desafios, este é só mais um!
Uma forma de abraçarmos os nossos desafios é realizarmos tarefas positivas e que aumentem e potenciem os nossos recursos internos tais como: confiança, humor, paixão, alegria, segurança, felicidade entre tantos outros.
Lembre-se: sentir medo faz parte, não o ignore ou desvalorize.