Ao virar da página – dezembro
Em Portugal ouve-se muito “a mim faz-me confusão ler em brasileiro”.
Vamos lá deixar para trás os anos de cansaço de novelas da Globo. O Brasil é um país enorme, com tanta riqueza cultural (Machado de Assis, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Tom Jobim…). Aliás, ainda temos a facilidade e a felicidade de partilhar a nossa língua, com as devidas particularidades.
Já li muita coisa em Português do Brasil e já ouvi muita música boa de lá. Assim, o livro de que vos falo este mês é do Caetano Veloso. Aliás, este é o dono da voz mais bonita que conheço. Então, Verdade tropical é por vezes apresentado como uma autobiografia de Caetano. Mas, mais do que isso é uma reflexão sobre a história e a cultura brasileiras da segunda metade do século XX.
No entanto, muito mais do que um movimento musical, o tropicalismo foi um movimento cultural. O qual influenciou, além da música, o cinema, a literatura, as artes plásticas e a filosofia do país. Assim, vários artistas fizeram parte deste movimento e Caetano parece que cruza a sua vida com o percurso de quase todos. Aliás, as páginas do livro parecem um desfile de grandes nomes que explicam as influências. Bem como o percurso do próprio autor, em paralelo com o percurso do país.
Verdade tropical é um retrato de um período esplendoroso de criação cultural que a ditadura militar tentou travar com censura e exílios. Além da história que conta ajuda-nos a olhar a história do país de forma mais clara.
Título: Verdade Tropical
Autores: Caetano Veloso
Editora: Edições Quasi
A propósito do trailer que já por aí circula do novo Mulherzinhas, que chega às salas de cinema dos Estados Unidos no dia de Natal.
Aliás, relembro para os mais novos o clássico incontornável de Louisa May Alcott. Assim, para quem, como eu, é fã da adaptação cinematográfica dos anos 90 com a Winona Ryder, a Claire Danes, o Christian Bale e a novíssima Kirsten Dunst, não parece fazer falta nenhuma mais uma adaptação. É que aquela estava perfeita.
Mas depois a que aí vem tem a Emma Watson, a Meryl Streep e a Saoirse Ronan e uma pessoa fica com curiosidade.
Então, voltando ao livro que alimenta estas adaptações todas, não me lembro que idade tinha quando o li numa velhinha encadernação de clássicos juvenis do Círculo de Leitores. Mas é um dos livros da minha vida.
Sem dúvida de que aquelas quatro irmãs tão diferentes em posturas e cores de cabelo quase me lembram os meus filhos (tenho um ruivo, um de cabelo castanho e uma que parece ser loura). Aliás, fizeram-me sonhar com famílias grandes como se nota, paixões e a liberdade da mulher em escolher o seu caminho. Mas, durante anos quis ser escritora como a Jo, a grande heroína das quatro irmãs. Certamente, um livro feminista escrito no século XIX.
Título: Mulherzinhas
Autores: Louisa May Alcott
Editora: Círculo de Leitres
Recomendação do Plano Nacional de Leitura: Leitura orientada em sala de aula do 9º ano
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