Por Cristele Matias
#maternidade #emocoes #medo
O meu maior medo é que ela não tenha medo.
O medo é um dos parentes pobres das emoções. Ninguém gosta de assumir que tem medos, ainda que os tenha. E certamente que ninguém gosta da sensação do medo, ainda que o sinta.
Depois da maternidade tratamos o medo por “tu”.
Temos medo de os perder. E temos medo que sofram, que fiquem doentes. Sem dúvida de que temos medo de não saber cuidar deles. Mas, também tememos que não gostem de nós- embora nunca o admitamos.
Quase um ano volveu desde que me tornei mãe. E neste momento o meu maior medo é que ela não sinta medo. Entre os “tem-tens” e os primeiros passos moram muitas quedas.
O meu maior medo não é que caia. Mas que nunca tenha medo de cair.
Entre a entrada para a pré e a saída do primeiro ciclo moram muitas conquistas.
O meu maior medo não é que seja autónoma. Mas que não tema a sua própria autonomia.
Entre o secundário e a faculdade moram muitas conquistas.
O meu maior medo não são as experiências que possa ter. Mas quê não tema experimentar certas coisas.
Então eu quero que a minha filha tenha medo? Quero! Porque o medo -na dose certa – protege-nos! Assim, quero acima de tudo que a minha filha não tenha medo de sentir medo. Quero que ela saiba que é mais forte do que os seus medos. E que eu estarei sempre aqui.
Apesar de todos os meus medos. Porque o meu maior medo, é que ela não tenha medo!
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