Conta-me histórias de encantar, numa noite de verão

Por Ana Schedel

Pinta-me o céu em tons quentes de lilás, roxo, rubro, escarlate suave; pastel, lápis, aguarela, caneta, giz! Faz girar o teu pincel no papel da minha vida. 
Quero cor! 
Esbatida, carregada, salpicada ou pintalgada de brilhantes purpurinas. 

Rabisca, traça, desenha, esquissa e sublinha a teu bel prazer. Páginas e páginas de desenhos coloridos, embutidos no horizonte que vislumbro por detrás dos olhos da imaginação. 

Um céu de estrelas incandescentes, quais jovens princesas, irrequietas e adolescentes, meninas desobedientes, onde a Lua rainha procura impor em vão a sua ordem. 

Conta-me histórias de encantar, numa noite de verão, temperada com perfume de jasmim. Numa? É pouco. 

Quero duas, três, vinte, trinta, mil e uma, infinitas, ábaco de contas coloridas onde menina aprendi a somar. 

Madrugadas sem fim que dão lugar a serões onde pintamos a dois um futuro cor-de-rosa. 

Canta baixinho as letras que me compões, num doce embalar -melodia inspiradora que me leva tranquila no sono, numa estrada só minha que percorro contigo de mão dada a dançar. 

A noite dissipa os medos, desvenda os nossos segredos, e tu, em enlevo envergonhado escreves a letra apressada: “Mas eu…eu não sei desenhar!” Trauteio-te eu, num desafinado constante: “não faz mal meu amor, dorme tranquilo, pois eu…eu não sei cantar”. 

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